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Zeco, artista português que singrou no Brasil

Zeco, artista português que singrou no Brasil
Zeco (1)
Zeco

Imagem do blogue Zeco, o desenhador sem alarde

A nossa equipa de investigação está neste momento a trabalhar as centenas de ilustrações originais do espólio de Francisco Noronha Andrade. Neste contexto, a cada dia fazemos pequenas descobertas sobre a Romano Torres. Desta feita, deparámo-nos com desenhos de um ilustrador que até agora não sabíamos ter colaborado com a editora: José Borges Correia, mais conhecido por Zeco. Embora tenhamos acesso aos seus desenhos (que disponibilizámos online no arquivo histórico), ainda não nos foi possível identificar a obra em que se inserem. No entanto, e como o Mundial do Brasil está à porta, destacamos aqui a biografia de Zeco, que passou grande parte da sua vida nesse país. Aí destacou-se como artista e empresário, tendo criado uma das primeiras agências publicitárias do país.

José Borges Correia
(Lisboa, 1915 – Belém do Pará, 1993)

     Filho de Aníbal Borges da Silva Correia e Maria das Dores Coutinho Correia, José Borges Correia, mais conhecido por Zeco, foi desenhador e caricaturista.

     Em 1933, com 18 anos, Zeco e dois amigos penduraram as suas obras nas paredes da sucursal de O Século, no Rossio, o que foi visto como um gesto ousado mas bem-sucedido, visto que as caricaturas de Zeco, entre as quais havia uma de Salazar, acolheram elogios junto do público. Certo é que no ano seguinte O Século patrocinava nova exposição de Zeco, desta feita oficial.

     Em 1937, entrou para o Grupo de Humoristas Portugueses pela mão do escritor Albino Forjaz de Sampaio.

Curiosamente, em 1942 fez um retrato de Guerra Junqueiro para ilustrar uma palestra de Luís de Oliveira Guimarães, destacado autor da Romano Torres com várias obras, entre as quais O espírito e a graça de Guerra Junqueiro (apenas dispomos do registo da edição de 1968, embora pensemos que a primeira edição seja de 1957). Resta saber se o retrato foi utilizado para a capa da primeira edição, já que a segunda conta apenas com uma fotografia. De qualquer forma, terá sido pela mão de Luís de Oliveira Guimarães que colaborou com a Romano Torres. Disponibilizamos no arquivo histórico um conjunto de imagens com a sua assinatura, mas ao qual não conseguimos atribuir a obra, ou obras, onde foi inserido.

Em Portugal, desenhou para vários periódicos, nomeadamente A Voz, O Século, Diário de Notícias e Vida Mundial Ilustrada, entre outros.

Em 1951 mudou-se para o Brasil a convite da Editora Globo, sediada em Porto Alegre. Aí trabalhou 7 anos, ilustrando obras relevantes como a primeira edição de Gente e bichos, de Erico Veríssimo (1956 [1]).

Depois de sair da Editora Globo, mudou-se para Belém, onde iniciou uma importante carreira no ramo da publicidade, tendo fundado a agência Borges Publicidade. Vários profissionais importantes do ramo trabalharam nessa agência, e Borges Correia é ainda hoje reconhecido no Brasil como um precursor.

Mais para o fim da vida, afastou-se da caricatura, enveredando pela pintura a gouache e acrílico.

O blogue Zeco, o desenhador sem alarde disponibiliza muita informação sobre este ilustrador. Vale a pena consultar.

 

Afonso Reis Cabral
6-5-2014

 

 

Bibliografia passiva

Zeco, o desenhador sem alarde, blogue dedicado à memória e obra de José Borges Correia (última consulta 7-5-2014).

Catálogo n.º 58 da leiloeira «Babel livros», Novembro e Dezembro de 2012, Rio de Janeiro, p. 53 (última consulta 7-5-2014).


[1] Cf. Catálogo da leiloeira «Babel livros», p. 53 (vd. bibliografia).

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